Relações de gênero na sala de aula
memórias de jovens e adultos
DOI:
https://doi.org/10.22420/rde.v16i36.1511Palavras-chave:
Relações de Gênero, História Cultural, História Oral, Educação de Jovens e AdultosResumo
O artigo analisa as relações de gênero em escolas paraibanas, a partir das memórias da escolarização de rapazes e homens na Educação de Jovens e Adultos. Com pesquisa fundamentada na História Cultural, especificamente nos estudos de gênero, utilizou-se a metodologia da História Oral temática, com entrevistas de dez estudantes do sexo masculino de escolas públicas de João Pessoa, Paraíba. As memórias dos estudantes sobre sua escolarização (entre anos 1950 e 2000), desvelam a concepção de que existiria uma suposta ‘natureza’ distinta para os sexos biológicos, determinando comportamentos de homens e mulheres. Assim, garotos seriam propensos à bagunça, enquanto garotas seriam dedicadas aos estudos. Conclui-se que essa percepção contribui para a manutenção de fronteiras entre o feminino e o masculino no cotidiano escolar.
Downloads
Referências
ALBERTI, Verena. História dentro da História. In: PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Fontes históricas. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2010. p. 155-202.
ALMEIDA, Jane Soares de. Mulheres na educação: missão, vocação e destino? In: SAVIANI, Dermeval et al. (org.). O legado educacional do século XX no Brasil. 3 ed. Campinas: Autores Associados, 2014.
ARRUDA, Guilherme de Lima & SOARES JUNIOR, Azemar dos Santos. “É proibida a igualdade gênero nesse estabelecimento”: discursos sobre a “Lei da Ideologia de Gênero” em Santa Rita, Patos e Campina Grande – Paraíba (2017-2018). Educação & Formação, Fortaleza, v. 6, n. 2, e4189, 2021. DOI: https://doi.org/10.25053/redufor.v6i2.4189
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 21 dez. 1996.
BURKE, Peter. Abertura: a nova história, seu passado e seu futuro. In: BURKE, Peter (org.). A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 1992. p. 7-37.
CARVALHO, Marília Pinto de. Mau aluno, boa aluna? Como as professoras avaliam meninos e meninas. Estudos Feministas, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 554-574, 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2001000200013
CARVALHO, Marília Pinto de. Quem são os meninos que fracassam na escola? Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 121, p. 11-40, 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-15742004000100002
CHARTIER, Roger. A história hoje: dúvidas, desafios, propostas. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 7, n. 13, p. 97-113, 1994.
FERNÁNDEZ, Alicia. A mulher escondida na professora: uma leitura psicopedagógica do ser mulher, da corporalidade e da aprendizagem. Porto Alegre: ArtMed, 2001.
FERREIRA, Maria Cristina. Sexismo hostil e benevolente: inter-relações e diferenças de gênero. Temas em Psicologia da SBP, Ribeirão Preto, v. 12, n. 2, p. 119-126, 2004.
FIALHO, Lia Machado Fiuza. A vida de jovens infratores privados de liberdade. Fortaleza: UFC, 2015.
FIALHO, Lia Machado Fiuza & NASCIMENTO, Lorena Brenda Santo. O que os gestores escolares da rede pública entendem sobre gênero? Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 21, p. 927-945, 2017. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v21.n.esp2.2017.10147
FIALHO, Lia Machado Fiuza; SOUSA, Francisca Genifer Andrade de & LOPES, Tânia Maria Rodrigues. Juventudes e ensino médio: direitos humanos e ensino para a diversidade. Revista Espaço Pedagógico, Passo Fundo, v. 26, n. 1, p. 238-259, 2018. DOI: https://doi.org/10.5335/rep.v26i1.8110
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 31 ed. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 2006.
FREIRE, Eleta de Carvalho. As representações sociais de gênero das professoras de História do ensino fundamental da rede municipal do Recife no cotidiano da sala de aula. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2002.
FURQUIM, Marcel Arruda. Joan Scott e Judith Butler na Historiografia brasileira. In: ANPUH, 24, 2018, Guarulhos. Anais... Guarulhos: Anpuh-SP, 2018.
JUNQUEIRA, Rogério Diniz. A invenção da “ideologia de gênero”: a emergência de um cenário político-discursivo e a elaboração de uma retórica reacionária antigênero. Psicologia Política, v. 18, n. 43, p. 449-502, 2018.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 12 ed. São Paulo: Cortez, 2010.
LIMA NETO, Avelino Aldo de; SILVA, Rita de Cássia Ângelo da & MAIA, Robério Nunes. Pedagogias da masculinidade: reflexões acerca de processos de subjetivação de homens professores da EJA. Educação & Formação, Fortaleza, v. 6, n. 2, e4378, 2021. DOI: https://doi.org/10.25053/redufor.v6i2.4378
LOPES, Eliane Marta & GALVÃO, Ana Maria. História da Educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
LOURO, Guacira Lopes. Corpo, escola e identidade. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 25, n. 2, p. 59-75, 2000.
LOURO, Guacira Lopes. Uma leitura da História da Educação sob a perspectiva do gênero. Projeto História, São Paulo, n. 11, p. 31-46, 1994.
MATOS, Maria Izilda Santos de. Estudos de gênero: percursos e possibilidades na historiografia contemporânea. Cadernos Pagu, Campinas, n. 11, p. 67-75, 2013.
MEIHY, José Carlos Sebe & HOLANDA, Fabíola. História Oral: como fazer, como pensar. São Paulo: Contexto, 2007.
MORAES, Maria Lygia Quartim de. Usos e limites da categoria gênero. Cadernos Pagu, Campinas, n. 11, p. 99-105, 2013.
REIS, Toni & EGGERT, Edla. Ideologia de gênero: uma falácia construída sobre os planos de educação brasileiros. Educação & Sociedade, v. 38, n. 138, p. 9-26, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/es0101-73302017165522
SANTOS, Luis Henrique dos. A Biologia tem uma história que não é natural. In: COSTA, Marisa Vorraber Costa (org.). Estudos culturais em educação: mídia, arquitetura, brinquedo, biologia, literatura, cinema... 2 ed. Porto Alegre: UFRGS, 2004, p. 229-256.
SARTORI, Thiago Luiz. Políticas públicas, educação para os direitos humanos e diversidade sexual. Práticas Educativas, Memórias e Oralidades, Fortaleza, v. 3, n. 3, e335484, 2021. DOI: https://doi.org/10.47149/pemo.v3i3.5484
SCOTT, Ana Silvia. O caleidoscópio dos arranjos familiares. In: PINSKY, Carla Bassanezi & PEDRO, Joana Maria (org.). Nova história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2012. p. 15-42.
SILVA, Natanael de Freitas. Historicizando as masculinidades: considerações e apontamentos à luz de Richard Miskolci e Albuquerque Júnior. História, Histórias, Brasília, DF, v. 3, n. 5, p. 7-22, 2015. DOI: https://doi.org/10.26512/hh.v3i5.10826
VALDÉS, Teresa & OLAVARRÍA, José. Introducción. In: VALDÉS, Teresa & OLAVARRÍA, José (ed.). Masculinidad/es: poder y crisis. Santiago de Chile: De las Mujeres, 1997. p. 9-16.
VIANA, Ieda & CORTELAZZO, Iolanda Bueno de Camargo. Cultura escolar: saberes, práticas e processos comunicacionais no cotidiano escolar. Tuiuti: Ciência e Cultura, Curitiba, n. 41, p. 43-60, 2009.
VIEIRA, Alboni Marisa Dudeque Pianovski. A história cultural e as fontes de pesquisa. Revista Histedbr, Campinas, v. 15, n. 61, p. 367-378, 2015. DOI: https://doi.org/10.20396/rho.v15i61.8640533
XAVIER, Antônio Roberto; FIALHO, Lia Machado Fiuza & VASCONCELOS, José Gerardo. História, memória e educação: aspectos conceituais e teórico-metodológicos. Fortaleza: UECE, 2018. DOI: https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2018.v3.n9.p1016-1028