Pedagogia do quartel

formação de corpos dóceis nos colégios cívico-militares no estado do Paraná

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.22420/rde.v17i37.1662

Mots-clés :

Políticas Educacionais, Escolas Cívico-militares, Militarização escolar, Paraná

Résumé

Neste artigo buscou-se refletir teoricamente sobre os motivos pelos quais o estado do Paraná militarizou aproximadamente 10% da sua rede de ensino e qual é o projeto formativo para estudantes
paranaenses nesse modelo educativo. Recorreu-se à análise de leis, projetos de lei, resoluções, atas das sessões da Câmara de Deputados e sites de órgãos públicos ou entidades civis organizadas, manuais de colégios cívico-militares e regimentos escolares, baseou-se, também, em estudos teóricos de Stephen Ball, Meg Maguire e Annette Braun (2016), Michael Apple (2003), Marina Lacerda (2019), Michel Foucault (2014), além de autores/as que pesquisam especificamente a militarização escolar no Brasil. Foi possível concluir que as escolas cívico-militares do Paraná integram uma política pública educacional neoconservadora, que surgiu como reação a movimentos sociais, objetivando a formação de corpos dóceis pela padronização e massificação do pensamento. Essa política é perigosa, pois castra o pensamento, fere direitos e subjuga crianças, adolescentes e jovens, contribuindo para que se tornem passivos/as e submissos/as.

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Biographie de l'auteur-e

Joselita Romualdo da Silva, Universidade Federal do Paraná

Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Paraná e professora da Rede Municipal de Ensino
de Piraquara.

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Publié-e

2023-05-04

Comment citer

Romualdo da Silva, J. (2023). Pedagogia do quartel: formação de corpos dóceis nos colégios cívico-militares no estado do Paraná. Retratos Da Escola, 17(37), 83–101. https://doi.org/10.22420/rde.v17i37.1662

Numéro

Rubrique

Militarização das escolas públicas no Brasil