Bilinguismo e interculturalidades
desafios da formação de docentes indígenas na Universidade do Estado do Amazonas
DOI:
https://doi.org/10.22420/rde.v19i43.2414Palavras-chave:
Formação, Professores/as indígenas, Bilinguismo, InterculturalidadeResumo
Este artigo apresenta reflexões sobre a formação de professores/as indígenas a partir do bilinguismo e da interculturalidade. Apresenta os cursos de formação no contexto da Universidade do Estado do Amazonas – UEA, destacando a experiência de práticas bilíngues de uma turma do curso de Pedagogia Intercultural, ofertado na cidade de Manaus. As reflexões propostas baseiam-se em postulados da interculturalidade de Ytanajé Cardoso; em documentos oficiais que regulamentam a formação de professores/as indígenas; em Terezinha Maher, Jeiviane Justiniano, Célia Bettiol e Adria Souza; Pierre Bourdieu; e nos comportamentos linguísticos definidos por Kristine Stenzel e Nicholas Williams. Os resultados mostram as possibilidades e os desafios dessa formação, bem como a necessidade de currículos que atendam às especificidades dos/das docentes indígenas do Amazonas, com práticas interculturais e bilíngues demandadas por eles/elas e para eles/elas.
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