Ciberdocumentário AmarElo como dispositivo de experiências culturais periféricas
DOI:
https://doi.org/10.22420/rde.v17i39.1846Palavras-chave:
Cibercultura, Ciberdocumentário., Periferias., Processos educativos., Cotidianos.Resumo
Este artigo apresenta o ciberdocumentário Emicida: AmarElo – é tudo pra ontem, de Emicida (2019), como dispositivo de experiências culturais periféricas contemporâneas. Essa produção audiovisual se insere num contexto em que muitos/as artistas se posicionaram contra narrativas hegemônicas de violência e intolerância, defendendo o antirracismo, o feminismo e o direito às liberdades individuais, em loci virtuais, com grande capacidade de compartilhamento de ideias. Esses discursos, historicamente situados, contribuem para lançar luz sobre a atualidade, incluindo a circulação online de informações e conhecimento. AmarElo é aqui escrutinado, no campo da Educação, à luz da multirreferencialidade (ARDOINO, 1998) e das noções de experiência, resistência, cotidianos, artefatos culturais (CERTEAU, 2014) e habitus (BOURDIEU, 1989), buscando responder como um praticante cultural singular – Emicida – insere-se em uma rede de conexões ampla da periferia paulista; e como esta permeia a luta antirracista no país, além de buscar a intencionalidade histórico-cultural do lançamento de AmarElo.
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