Tributo a Florestan Fernandes: reminiscências de um incomum, destemido e fundamental desafio
DOI:
https://doi.org/10.22420/rde.v12i24.914Resumo
Quando fui fazer o doutorado na área da Educação, na PUC/SP, em 1985, logo vários colegas me alertaram para não deixar de fazer o curso que estava sendo ofertado pelo professor Florestan Fernandes, “Análise dos processos revolucionários”. Em 1984, por iniciativa de alguns dos pós-gradua ndos, suas aulas foram gravadas (com seu devido consentimento, é claro), em fitas k7, e, depois, diligentemente transcritas e datilografadas. Essa transcrição, por sua vez, ainda sofreu uma cuidadosa revisão, acompanhada da audição das gravações, o que, enfim, acabou por resultar num volumoso conjunto de páginas e páginas datilografadas e, ao mesmo tempo, contendo várias correções e acréscimos feitos a mão, em letra cursiva legível, num criterioso trabalho de equipe, de modo a tornar a leitura do material a mais fiel possível ao que havia sido exposto pelo professor. Todo esse empenho resultou em preciosas 336 páginas, que foram encadernadas em dois volumes espiralados. Esse trabalho artesanal de edição, concluído meses após, possibilitou aos discentes interessados ter seu próprio exemplar fotocopiado da íntegra do curso que havia sido dado pelo professor Florestan, no segundo semestre de 1984. Em 1986, de posse de um desses exemplares, tive também o privilégio de cursar a disciplina oferecida pelo professor Florestan Fernandes.