O manuscrito da Pedagogia do Oprimido: rasuras e a crítica genética
DOI:
https://doi.org/10.22420/rde.v14i29.1154Palavras-chave:
Paulo Freire. Manuscritos. Pedagogia do Oprimido. Critica genética.Resumo
Este trabalho tem como objeto de investigação as rasuras no manuscrito da Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire, publicado no ano de 2013. O universo de pesquisa circunscreve-se ao exame das rasuras mais significativas realizadas pelo autor e registradas na obra durante o processo de criação. A abordagem teórico-analítica ancora-se na crítica genética, recurso metodológico destinado às análises de manuscritos, possibilitando ouvir as vozes que surgem das rasuras por meio de movimentos escriturais e operações de deslocamento, substituição, acréscimo ou eliminação. Por essas marcas autorais torna-se possível observar o cruzamento de dois mundos discursivos: o político e o educativo, revelando um duplo ethos – o educador dialógico, que assume o compromisso com o que diz, e o militante engajado com a causa do oprimido, que luta por aquilo que professa.
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